Scielo RSS <![CDATA[Revista de Sociologia e Política]]> http://socialsciences.scielo.org/rss.php?pid=0104-447820060002&lang=es vol. 2 num. SE lang. es <![CDATA[SciELO Logo]]> http://socialsciences.scielo.org/img/en/fbpelogp.gif http://socialsciences.scielo.org <![CDATA[<B>Violence and safety</B>: <B>a look at France and Brazil</B>]]> http://socialsciences.scielo.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-44782006000200001&lng=es&nrm=iso&tlng=es This article proposes a reflection on the issue of safety/unsafety in France and Brazil. If on the one hand it may seem hard to draw parallels between social realities that are so different, on the other, it seems true that attempts at comparison may help to identify some convergences and point toward some common topics for an approach to this very complex social problem in both countries. In France as in Brazil, the question of safety has a visible presence in public debate and has become a political concern at different levels of government. Through a brief outline of the meaning of the phenomenon of violence in both countries, the discussion of debates on the French experience in the area of prevention and security and the Brazilian experience in the area of public safety and human rights, it becomes possible to construct some reflections on issues that are common to these very different social realities.<hr/>Este artigo propõe uma reflexão sobre a questão da segurança/insegurança na França e no Brasil. Se por um lado o paralelo entre realidades sociais bastante distintas parece improvável, por outro a comparação permite identificar algumas convergências e aponta para temas comuns à abordagem desse problema social complexo nos dois países. Tanto na França como no Brasil a questão da segurança está presente no debate público e transformou-se em preocupação política dos diferentes níveis de governo. A partir de uma breve delimitação do significado do fenômeno da violência nos dois países e da recuperação dos debates sobre a experiência francesa no campo da prevenção e segurança e sobre a experiência brasileira no campo da segurança pública e direitos humanos, é possível construir uma reflexão sobre questões comuns a realidades sociais distintas.<hr/>Cet article propose une réflexion sur le thème de la sécurité/insécurité en France et au Brésil. Même s'il est difficile d'établir une comparaison entre deux réalités sociales très différentes, les comparer nous permet d'identifier quelques convergences et de présenter des thèmes communs lors de l'approche de ce problème social complexe. Aussi bien en France qu'au Brésil le problème de la sécurité est présent dans le débat national et est devenu une préoccupation politique à plusieurs niveaux du gouvernement. A partir d'une rapide délimitation du sens du phénomène de la violence dans les deux pays et de la relance des débats sur l'expérience française dans le domaine de la prévention et de la sécurité et sur l'expérience brésilienne dans celle de la sécurité publique et des droits humains, il est possible de réfléchir sur des questions communes concernant des réalités distinctes. <![CDATA[<B>The fragility of the Brazilian Defense Ministry</B>]]> http://socialsciences.scielo.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-44782006000200002&lng=es&nrm=iso&tlng=es The present article presents different phases that the Brazilian Defense Ministry has passed through, since its inception during Fernando Henrique Cardoso's second presidential term (1999-2002) until the current administration of Luís Inácio Lula da Silva (2003-2006), under its respective ministers of Defense. It has been seen as one of the important stages in the re-constitutionalization of the country, insofar as it establishes the submission of Armed Forces commanders to a civilian minister, and although some analysts have considered that such submission is actually achieved, we point here to the military resistance and insubordination to civil power that are the result of an authoritarian legacy. To the extent that the Ministry of Defense is unable to implement its own policies in which the military would be required to follow civilian guidance, this article concludes with considerations on the civil Defense Ministry's political and institutional fragility vis-a-vis military command. The latter has been able to retain high levels of decision making autonomy in its relationship to the Ministry and its structure.<hr/>O presente artigo apresenta os diversos momentos por que passou o Ministério da Defesa, desde sua criação no segundo mandato presidencial de Fernando Henrique Cardoso (1999-2002) até o atual governo de Luís Inácio Lula da Silva (2003-2006), com os respectivos ministros da Defesa. Visto como uma etapa importante na reconstitucionalização do país, na medida em que prevê a submissão dos comandantes das Forças Armadas a um ministro civil, e embora alguns analistas considerem que essa submissão de fato ocorre, procuramos indicar as resistências e as insubordinações militares ao poder civil, provenientes de um legado autoritário. Na medida em que o Ministério da Defesa não consegue implementar uma política própria, em que os militares seguiriam as orientações dos civis, o artigo conclui considerando a fragilidade política e institucional do Ministro da Defesa, civil, ante o os comandos militares, que conservam alto grau de autonomia decisória em relação à estrutura do Ministério.<hr/>Cet article présente non seulement les ministres de la Défense du Brésil, mais aussi les phases du Ministère de la Défense depuis sa création lors de la seconde mandature du Président Fernando Henrique Cardoso (1999-2002) jusqu'au gouvernement de Luís Inácio Lula da Silva (2003-2006). Considéré comme une étape importante de la reconstitutionnalisation du pays puisqu'il est prévu la sousmission des commandants des Forces Armées à um ministre civil et bien que certains soutiennent que cette sousmission est une réalité, nous cherchons à montrer ce qui résiste et ne se soumet pas au pouvoir civil chez les militaires en raison de l'héritage de l'esprit autoritaire. Comme le Ministère ne réussit pas à mettre en place sa propre politique obligeant les militaires à suivre les orientations des civils, l'article est arrivé à la conclusion que le Ministère de la Défense civil, est politiquement et institutionnellement fragile face aux autorités militaires qui gardent toujours un haut degré d'autonomie décisoire par rapport à la structure de ce Ministère. <![CDATA[<B>Accountability impasses</B>: <B>dilemmas and alternatives of political representation</B>]]> http://socialsciences.scielo.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-44782006000200003&lng=es&nrm=iso&tlng=es One crucial element of electoral democracies is accountability, which guarantees the connection between those who represent and those who are represented. Nonetheless, the expectations that have been deposited in it find but its pale reflection in political practice. The ability that constituents have to supervise their representatives is limited, due to factors that include the complexity of public issues, weak incentives for political qualification and control over agendas. In light of this situation, proposals for the radical transformation of the mechanisms of representation that redeem the idea of "descriptive representation" and either weaken or abolish accountability have emerged. This is notably the case for the representation of groups and the substitution of elections with a lottery system. Although lacking in formal instruments for the responsiveness of those who govern to those that are governed, the forms that have been proposed would generate a body of representatives more similar to the population in its entirety and would increase the rotativity of decision-making positions. The present article analyzes proposals for descriptive representation through the prism of the relationship between representatives and the represented. Although they often suffer from serious fragilities and do not seem viable for effective implementation, these proposals do incorporate important criticisms and ones that deserve consideration regarding the functioning of electoral representation and, in particular, accountability.<hr/>Um elemento crucial das democracias eleitorais é a accountability, que garantiria o vínculo entre representantes e representados. Mas as esperanças depositadas nela não encontram mais do que uma pálida efetivação na prática política. A capacidade de supervisão dos constituintes sobre seus representantes é reduzida, devido a fatores que incluem a complexidade das questões públicas, o fraco incentivo à qualificação política e o controle sobre a agenda. Diante dessa situação, surgem propostas de transformação radical dos mecanismos representativos, que resgatam a idéia de "representação descritiva" e enfraquecem ou mesmo abolem a accountability. É o caso, notadamente, da representação de grupos e da substituição das eleições por sorteios. Embora prescindindo de instrumentos formais de responsividade dos governantes em relação aos governados, as formas propostas gerariam um corpo de representantes mais assemelhado ao conjunto da população e ampliariam a rotatividade nos cargos decisórios. O presente artigo analisa as propostas de representação descritiva sob o ângulo da relação entre representantes e representados. Embora muitas vezes padeçam de sérias fragilidades e pareçam inviáveis para implementação efetiva, essas propostas incorporam críticas importantes e que merecem ser levadas em consideração, a respeito do funcionamento da representação eleitoral e, em particular, da accountability.<hr/>Un élément essentiel des démocraties électorales est l'accountability, qui permettrait le lien entre les représentants et les représentés. Mais les espoirs mis dans l'accountability n'ont que de faibles résonances dans la pratique politique. La capacité des constituants à superviser leurs représentants est médiocre, à cause des facteurs tels que la complexité des questions publiques, l'inexistence de qualification politique et le contrôle sur l'actualité politique. Face à cette situation, des propositions de transformation radicale des mécanismes de représentation naissent. Elles renouent avec l'idée de &laquo; représentation descritive &raquo; et rendent plus fragile encore l'accountability, voire la suppriment. C'est notamment le cas de la représentation de groupes et du remplacement des élections par des tirages au sort. Bien que ces propositions se passent des instruments formels de responsabilité des gouvernants à l'égard des gouvernés, elles généreraient un corps de représentation assez semblable à l'ensemble de la population et elles permettraient davantage l'alternance des fonctions de pouvoir. Cet article examine les propositions de représentation descritive sous l'angle de la relation entre représentants et représentés. Bien que ces propositions ne soient pas très solides et s'avèrent irréalisables, elles renferment des critiques importantes méritant d'être prises en compte, en ce qui concerne le fonctionnement de la représentation électorale et, en particulier, l'accountability. <![CDATA[<B>A political history of the Brazilian transition from military dictatorship to democracy</B>]]> http://socialsciences.scielo.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-44782006000200004&lng=es&nrm=iso&tlng=es This article discusses Brazilian political history, from the military-political coup in 1964 through Fernando Henrique Cardoso's second presidential term. Written in the form of an explanatory summary, three themes are joined in a narrative on the transition from a military dictatorship to a liberal democratic regime: the military, the political and the bureaucratic. We seek to establish causal inferences linking content, methods and the reasons for and meaning of political change beginning in 1974 with the quality of the democratic regime as it emerged during the 1990s. Our explanation is premised on the need to analyze two different but interconnected spaces of the political: transformation in the institutional systems of the State apparatus and the evolution of the broader political scenario. We conclude that neo-liberal economic reforms not only dispensed with true political reform able to increase representation and with reform of the State in ways that would favor participation. Neo-liberal reforms also continued to be premised on authoritarian arrangements of governing processes inherited from the previous political period.<hr/>O artigo trata da história política brasileira do golpe político-militar de 1964 ao segundo governo de Fernando Henrique Cardoso. Escrito sob a forma de um resumo explicativo, três temas unificam a narrativa sobre a transição do regime ditatorial-militar para o regime liberal-democrático: o militar, o político e o burocrático. Procura-se estabelecer inferências causais entre o conteúdo, o método, as razões e o sentido da mudança política a partir de 1974 e a qualidade do regime democrático na década de 1990. A explicação destaca a necessidade de se analisar dois espaços políticos diferentes, mas combinados: as transformações no sistema institucional dos aparelhos do Estado e as evoluções da cena política. Conclui-se que as reformas econômicas neoliberais não apenas prescindiram de uma verdadeira reforma política que aumentasse a representação, e de uma reforma do Estado que favorecesse a participação. As reformas neoliberais tiveram como precondição o arranjo autoritário dos processos de governo herdados do período político anterior.<hr/>Cet article traite de l'histoire politique brésilienne du coup d'État de 1964 jusqu'à la seconde mandature du président Fernando Henrique Cardoso. Il est présenté sous forme de résumé explicatif dont trois thèmes unifient le récit sur la transition du régime de la dictature militaire vers le régime libéral-démocratique : le militaire, le politique et le bureaucratique. Nous cherchons à établir les inférences causales entre le contenu, la méthode, les raisons et le sens du changement politique à partir de 1974 et la qualité du régime démocratique dans les années 90. L'explication souligne le besoin d'analyser deux espaces politiques différents qui sont pourtant associés : les transformations dans le système institutionnel des appareils d'État et les évolutions de la scène politique. Nous concluons que les réformes économiques néolibérales non seulement écartent une réforme d'État favorisant la participation, mais encore rejetent une véritable réforme politique qui permettrait l'accroissement de la représentation. Les réformes libérales furent contituées d'un arrangement autoritaire des processus de gouvernement, hérité de la période politique antérieure.