Scielo RSS <![CDATA[Kriterion: Revista de Filosofia]]> http://socialsciences.scielo.org/rss.php?pid=0100-512X20080001&lang=pt vol. 4 num. SE lang. pt <![CDATA[SciELO Logo]]> http://socialsciences.scielo.org/img/en/fbpelogp.gif http://socialsciences.scielo.org <![CDATA[<b>The role of the poet in Plato's ideal cities of Callipolis and Magnesia</b>]]> http://socialsciences.scielo.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-512X2008000100001&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt A atitude de Platão com relação aos poetas e à poesia tem sempre sido um ponto de debate, controvérsia e notoriedade, mas a maioria dos estudiosos não consegue ver seu papel central nas cidades ideais da República e das Leis, ou seja, Callipolis e Magnésia. Neste artigo, defendo que em nenhum dos dois diálogos Platão exila os poetas, mas, ao contrário, acredita que eles devem, como todos os cidadãos, exercitar a competência própria à sua profissão, permitindo-lhes o direito de se tornarem participantes com todos os direitos da classe produtora. Principalmente, se prestarmos a atenção devida em certos detalhes, veremos que Platão controla tanto os fatores positivos, como os negativos na poesia, para aproximar mais suas cidades ideais da realização prática. A meu ver, o estatuto do poeta e de sua habilidade, nesse contexto, foram raramente estudados.<hr/>Plato's attitude toward the poets and poetry has always been a flashpoint of debate, controversy and notoriety, but most scholars have failed to see their central role in the ideal cities of the Republic and the Laws, that is, Callipolis and Magnesia. In this paper, I argue that in neither dialogue does Plato "exile" the poets, but, instead, believes they must, like all citizens, exercise the expertise proper to their profession, allowing them the right to become full-fledged participants in the productive class. Moreover, attention to certain details reveals that Plato harnesses both positive and negative factors in poetry to bring his ideal cities closer to a practical realization. The status of the poet and his craft in this context has rarely to my knowledge been addressed. <![CDATA[<b>In search of true friendship</b>]]> http://socialsciences.scielo.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-512X2008000100002&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt The present text proposes a discussion on the concept of true friendship. The argument is grounded mostly on Aristotle's Nicomachean Ethics, Owen Flanagan's ethics as human ecology, and on contemporary authors' works about the Greek philosopher's concept of friendship. Given that human beings flourish through 1) exercising capacities, 2) being moral, and 3) having true friendships, difficulties to establish the level of trust required by true friendships turns the search itself (for them) morally valid.<hr/>O presente texto propõe uma discussão sobre o conceito de amizade verdadeira. A argumentação que fundamenta o trabalho baseia-se em grande parte na Ética a Nicômaco de Aristóteles, na ética como ecologia humana de Owen Flanagan, e em autores contemporâneos sobre o conceito de amizade do filósofo grego. Considerando-se que seres humanos encontram a felicidade mediante 1) o exercício de suas capacidades, 2) ser um ente moral, e 3) ter amizades verdadeiras, as dificuldades no estabelecimento do nível de amizade requerido nas amizades verdadeiras torna a busca (por elas), por si só, algo moralmente válido. <![CDATA[<b>Love and rationality</b>: <b>on some possible rational effects of love</b>]]> http://socialsciences.scielo.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-512X2008000100003&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt In this paper I defend the idea that rather than disrupting rationality, as the common-sense conception has done it, love may actually help us to develop rational ways of thinking and acting. I make the case for romantic or erotic love, since this is the kind of love that is more frequently associated with irrationality in acting and thinking. I argue that this kind of love may make us develop epistemic and practical forms of rationality. Based on an analysis of its characteristic action tendencies, I argue that love may help us to develop an instrumental form of rationality in determining the best means to achieve the object of love. It may also narrow down the number of practical considerations that may help us to achieve our goals. Finally, love may generate rational ways of belief-formation by framing the parameters taken into account in perception and attention, and by bringing into light only a small portion of the epistemic information available. Love may make us perceive reality more acutely.<hr/>Neste artigo defendo a idéia de que, em vez de perturbar a racionalidade, como a concepção do senso comum o faz, o amor pode, na verdade, ajudar-nos a desenvolver modos racionais de pensar e agir. Dou bons argumentos para o amor romântico ou erótico, uma vez que esse é o tipo de amor que é mais freqüentemente associado à irracionalidade no agir e no pensar. Argumento que esse tipo de amor pode fazer-nos desenvolver formas epistêmicas e práticas de racionalidade. Com base em uma análise de suas tendências características para a ação, argumento que o amor pode ajudar-nos a desenvolver uma forma instrumental de racionalidade para se determinar o melhor meio de atingir o objeto de amor. Ele também pode limitar o número de considerações práticas que podem ajudar-nos a atingir os nossos objetivos. Finalmente, o amor pode gerar modos racionais de formação de crenças ao estruturar os parâmetros considerados na percepção e na atenção e ao revelar somente uma pequena parcela da informação epistêmica disponível. O amor pode fazer-nos perceber a realidade de um modo mais vivo.